Há cerca de dois anos, demos um celular para nosso filho mais
velho, então com 14 anos. A partir de então, através dos grupos de Whatsapp que
ele participa, fiquei estarrecida em ver o nível de promiscuidade dos
adolescentes da sua geração e da quantidade de material pornográfico a que eles
estão expostos.
A pornografia é uma indústria multibilionária que a partir da
disseminação da internet de alta velocidade constatou um aumento incrível em
seu lucro. Até então, o acesso aos materiais pornográficos (revistas e filmes)
era bem mais restrito. Havia certa dificuldade para os adolescentes conseguirem
estes materiais, seja porque precisavam de um “adulto” para adquiri-los ou ainda
porque precisavam pagar pelos mesmos.
Agora, porém, tudo está ao alcance das mãos em apenas um
click. E gratuitamente. Estudos recentes demonstram que a pornografia (e
consequente masturbação) tem o mesmo potencial de vício que a cocaína. O efeito
no cérebro é o mesmo. E as consequências desastrosas também. Quanto mais acesso
à pornografia, mais necessidade o cérebro tem e cada vez de cenas mais fortes,
mais picantes, chegando muitas vezes a verdadeiras aberrações.
A pornografia mata o amor e a indústria pornográfica é uma
verdadeira “máquina de moer carne humana”. Aqueles que já estão viciados, tem
uma grande dificuldade de relacionamento, acabam vendo a outra pessoa como um
objeto para se obter o prazer. O que se mostra no material pornográfico é uma
ilusão e as pessoas acabam pensando que aquilo pode e deve ser reproduzido na
vida real. Conheço alguns casamentos jovens que sofrem com este mal. Do outro
lado da tela, os atores que se prestam a esse serviço são explorados, muitas
vezes viciados em entorpecentes e morrem cedo.
Vivemos numa sociedade hipersexualizada, onde praticamente
tudo remete à sensualidade, à sedução. Nem mesmo as crianças são poupadas. A
relação sexual é banalizada e vista como simples fonte de prazer e os jovens e
adolescentes são as primeiras vítimas dessa mentalidade utilitarista. Desta
forma a pornografia e a masturbação são vistas como uma coisa normal, que deve
ser, inclusive, estimulada. Até mesmo em escolas católicas essa ideia errada
sobre a masturbação é transmitida aos nossos filhos.
Os meninos são os mais atingidos por esse mal, porque a
excitação masculina se dá através da visão. Todavia, cada vez mais meninas
também estão se viciando na pornografia e masturbação, principalmente como
forma de suprir carências afetivas. Como pais e educadores, precisamos ficar
muito atentos aos nossos filhos, conversar MUITO com eles sobre todas essas
questões. Explicar as razões pelas quais consumir pornografia e se masturbar
NÃO É NORMAL e muito menos FAZ BEM para eles. O risco de adquirir um vício e
destruir sua capacidade de amar verdadeiramente e de se relacionar com o outro
é muito grande.
Algumas coisas que podemos fazer para diminuir o risco deles
acessarem material pornográfico é estabelecer algumas regras: não levar o
celular para o banheiro; se estiver usando o computador no quarto, a porta deve
estar sempre aberta; limitar o tempo de acesso à internet (quanto maior o
tempo, mais chances de acesso haverá); acessar o histórico de navegação, bem
como checar as conversas em grupos do whatsapp e outras mídias sociais; etc.
Recomendo a todos que acessem o site Fight the New Drug
(combata a nova droga). Lá tem todo o material com as pesquisas científicas que
comprovam essas alegações, bem como orientações de como se livrar desse vício e
material de apoio para os pais. O site principal é em inglês, mas já tem bastante
coisa traduzida. O link está aqui:http://pt.ftnd.org/
Recomendo também um curso do Pe. Paulo Ricardo, de apenas
quatro aulas, que explica minuciosamente todo esse problema da pornografia e
masturbação. Dessas quatro aulas, apenas uma fala sobre os problemas
espirituais. As outras todas explicam das questões físicas, emocionais e
sociais que o acesso à pornografia e prática da masturbação acarretam para as
pessoas. Foi fazendo esse curso que me dei conta de tudo que envolve essa
problemática. Colocarei aqui o link das quatro aulas. Aproveitem enquanto o
acesso é livre!
photo credit: COMSALUD <a href="http://www.flickr.com/photos/69021332@N06/13966920065">I Congreso Juegos de Salud</a> via <a href="http://photopin.com">photopin</a> <a href="https://creativecommons.org/licenses/by/2.0/">(license)</a>
Nenhum comentário:
Postar um comentário