segunda-feira, 2 de outubro de 2017

MEDO DE FILHO

Vivemos em uma sociedade que tem cada vez mais aversão a crianças, chegando agora ao extremo de muitos estabelecimentos, como restaurantes, pousadas e hotéis, não permitirem a entrada dos pequenos, reforçando o estilo de vida “child free”, ou seja, sem filhos.

Infelizmente nossa sociedade hoje não enxerga os filhos como dons, como presentes, mas como um “mal necessário”, como um fardo, como fonte de despesas sem fim. Essa aversão aos filhos também é fruto de uma mentalidade que busca o prazer, mas não aceita suas consequências. É fruto do egoísmo onde o bem estar pessoal está acima do que é o bem comum, o bem da família, o bem da sociedade. 

Todos nós, de alguma forma, estamos contaminados por essa visão antinatalista e precisamos tomar o cuidado de enxergar quando estamos aderindo a essa mentalidade e tentar nos livrar dela. Precisamos nos questionar se usamos a expressão “evitar filhos”, ou “correr o risco de engravidar”, ou ainda se falamos sobre “como é difícil educar os filhos hoje em dia”, “como filho dá despesa”, “não vejo a hora deles crescerem e saírem de casa”.

Como reagimos quando um casal nos comunica uma gravidez? Sempre nos alegramos, ou ficamos pensando “nossa, nestas condições eles não deveriam engravidar...”. Ou, “coitada, está gravida de novo!”, “corajosa, você, hein?!”. Pensamos que ter muitos filhos hoje em dia é coisa de “loucos” ou irresponsáveis? 

Agindo dessa forma acabamos também influenciando nossos próprios filhos. Institivamente, quando são pequenos, o que mais pedem é irmãos, porém, com o passar do tempo, acabam aderindo a essa mentalidade e podem já falar que filho dá despesa, dá trabalho, que não querem ter muitos filhos, ou até nem querem casar. 

Vede, os filhos são um dom de Deus: é uma recompensa o fruto das entranhas.Tais como as flechas nas mãos do guerreiro, assim são os filhos gerados na juventude. Feliz o homem que assim encheu sua aljava: não será confundido quando defender a sua causa contra seus inimigos à porta da cidade (Salmo 127, 3-5)

Não há nada mais sublime do que ser cocriador, com Deus, de almas imortais! Quando Deus nos chama para o matrimônio, está nos chamando para ajudá-lo a povoar o Céu de santos. Precisamos aprender a confiar em sua infinita sabedoria e bondade e saber que ele só enviará os filhos que formos capazes de cuidar e educar. 

Ninguém em sã consciência se negaria a receber um presente valiosíssimo, como um diamante raro, de seu próprio pai. Muito menos não gostaria de receber 4, 5 ou 10 desses diamantes. Se pensamos assim com relação a um bem material, por que nós não pensamos da mesma forma com relação aos filhos, verdadeiros dons preciosíssimos, sendo cada um seres únicos e irrepetíveis, com uma alma que dura para sempre?

Porém não conseguiremos nos imunizar dessa cultura sozinhos. Precisamos entregar essa situação nas mãos de nossa querida Mãe e Rainha para que ela nos eduque e nos ajude a seguir esse caminho da confiança filial. Peçamos a ela uma confiança inabalável na Divina Providência, para que nos libertemos do medo de filho, do medo de nossa fertilidade. Só assim seremos verdadeiramente livres e capazes de influenciar positivamente a nossa cultura.

photo credit: jaci XIII <a href="http://www.flickr.com/photos/34700343@N08/35968250704">What will it be?</a> via <a href="http://photopin.com">photopin</a> <a href="https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.0/">(license)</a>



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