segunda-feira, 23 de outubro de 2017

A PUREZA NO SÉCULO XXI

As coisas puras sempre tiveram um grande valor na sociedade: quanto mais pura a água, melhor; quanto mais puro o ouro, maior o valor de mercado; os animais puro sangue são os mais valorizados. A pureza, segundo o dicionário, é a condição daquilo que não tem mistura ou impurezas, ou seja, uma coisa pura é 100% ela mesma.

E quando falamos de uma pessoa pura, de uma alma pura? Por incrível que possa parecer, todos nós gostaríamos de possuir um diamante puro e até faríamos muito esforço para obtê-lo, porém, quando falamos em buscar possuir uma alma pura, quase ninguém está disposto a se sacrificar por isso. A pureza da alma é confundida com ingenuidade, com uma pessoa “boba”, inocente. “Coisa de criança”, que as pessoas adultas e maduras não precisam se preocupar.

Porém, Jesus mesmo nos ensinou: “Felizes os puros de coração, porque verão a Deus” (Mt 5,8). A pureza é uma virtude que deveríamos lutar muito para conseguir, pois o fruto dessa atitude é conseguir ver a Deus. Não apenas ver Deus depois que morrermos, mas quem tem um coração puro consegue ver o agir de Deus em sua vida enquanto está ainda aqui na Terra. Enxerga cada acontecimento como uma saudação de amor do Pai para a sua vida e tem mais clareza de como deve responder a tantas provas de amor. Consegue entender melhor a ação da divina providência no cotidiano, nos acontecimentos da história e reconhece sua presença nas pessoas com as quais encontra e convive.  

A pessoa que busca a pureza é uma pessoa que busca tirar de seu coração tudo aquilo que a impede de ser ela mesma, ou seja, que a impede de ser aquilo que Deus sonhou que ela fosse para realizar sua missão. É uma pessoa que luta, dia a dia, para vencer os seus defeitos e ser uma pessoa melhor.

A pureza também está intimamente ligada com a nossa sexualidade, pois o corpo é o instrumento da alma, não podemos separar um do outro. Só há separação do corpo da alma, quando morremos. Para ter um coração puro, uma alma pura, é necessário que as paixões e instintos que fazem parte do nosso corpo, sejam devidamente ordenados e treinados.

Precisamos treinar nosso olhar e nosso desejo de usar o nosso corpo e o corpo do outro apenas para um prazer egoísta e passageiro. São Paulo nos ensina: “A vontade de Deus é que vivam consagrados a ele, que se afastem da libertinagem, que cada um saiba usar o próprio corpo na santidade e no respeito, sem deixar-se arrastar por paixões libidinosas, como os pagãos que não conhecem a Deus. (...) Deus não nos chamou para a imoralidade, mas para a santidade.” (1Tes 4, 3-5.7)

Vivemos num mundo pagão, onde tudo remete ao uso desordenado de nossa sexualidade. Todos os meios de comunicação apelam para os instintos sexuais, com a finalidade de nos tornar mais animais e assim, mais suscetíveis à manipulação e exploração. Aquele que não controla seus instintos, certamente será um consumidor impulsivo, gastará mais dinheiro para ter um corpo mais “desejável”, mas ao usar e ser usado, sentirá um grande vazio na alma que tentará preencher consumindo mais coisas. E o ciclo está formado.

Portanto precisamos nos libertar dessas influências negativas, tomando muito cuidado com o que deixamos entrar em nossas casas e em nossas almas através da televisão e da internet. Precisamos dizer um grande NÃO a toda imoralidade que tentam passar como se fosse algo natural e bom. Precisamos lutar para trocar de canal, para fechar aquela página da internet, para não comprar aquela revista, para usar uma forma de linguagem mais polida, sem palavrões ou palavras chulas. Como diz Santa Madre Teresa de Calcutá, seremos uma pequena gotinha de água pura em meio a um oceano poluído, mas se cada um lutar para purificar a sua gotinha, um dia o oceano também se purificará.

photo credit: streetphotos <a href="http://www.flickr.com/photos/38471468@N00/3566007126">The Ring</a> via <a href="http://photopin.com">photopin</a> <a href="https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/2.0/">(license)</a>


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