segunda-feira, 3 de outubro de 2016

FÉ PRÁTICA NA DIVINA PROVIDÊNCIA


Todos recebemos o dom da fé pelo Batismo, mas ela é só uma semente, precisamos desenvolve-la no decorrer de nossa vida. Para isso, precisamos conhecer as verdades da fé, aquilo no qual acreditamos e principalmente a pessoa na qual depositamos nossa fé.

Mas não se trata apenas de um conhecimento intelectual, mas de uma vivência, de um verdadeiro encontro com Jesus, o nosso, o meu Salvador. Precisamos aumentar sempre a consciência de que Jesus não só salvou toda a humanidade, mas Jesus salvou a mim! A oração e a frequência ao sacramentos, especialmente a Eucaristia, onde Jesus se dá a mim e deseja se tornar um só comigo e a Confissão, onde ele mesmo perdoa os meus pecados, são a chave para que nossa fé cresça e amadureça.

Possuir uma fé prática na Divina Providência significa que eu acredito que Deus é Pai, Deus é bom e bom é tudo aquilo que ele faz e permite. Eu sei que tudo aquilo que acontece em minha vida faz parte de um plano de amor que ele executa com infinita sabedoria, poder e misericórdia. O grande objetivo que Deus tem para a minha vida é que um dia eu esteja com ele no Céu, gozando das glórias do Paraíso. E tudo aquilo que acontece em minha vida, tem por trás esse plano de amor de Deus.

Deus está sempre tentando se comunicar conosco, mas muitas vezes não conseguimos escutar a sua voz. Ele nos fala através dos acontecimentos, não só na nossa própria vida, mas todos os acontecimentos da história, no mundo inteiro. Ele deseja que sejamos seus cooperadores livres para construir a história conosco. Devemos buscar interpretar esses sinais através dos quais Deus nos fala. Guiados pela luz da fé, devemos tentar entende-los, aprendendo a distinguir sua voz.

O "filho da Providencia" pergunta em todas as situações: "Pai, o que quer que eu faça? Qual é a sua vontade?" A atitude providencialista consiste na constante busca filial da vontade de Deus Pai e na disposição permanente em realizar esta vontade, mesmo que custe pesados sacrifícios.
Para descobrir a vontade de Deus devemos aprender a escutar as vozes do tempo (o que Deus nos diz através das circunstancias), as vozes da alma (o que Deus nos diz através de nossa consciência, aquilo que o Espírito Santo sussurra em nosso coração) e as vozes do ser (o que Deus nos diz através de sua Palavra e das leis naturais)

Como fazer isso na prática? Através da meditação diária dos acontecimentos da sua vida. Não podemos achar que tudo (trabalho, família, saúde) é "natural", tudo devemos agradecer a Deus. Meditar, no sentido em que entendemos aqui, não consiste em refletir, analisar ou aprofundar o conhecimento sobre uma realidade religiosa por meio do estudo. Seu objetivo não é saber mais ou conhecer mais, mas amar mais. O objetivo da meditação não se centra na aquisição de novos conhecimentos, mas do aprofundamento de nosso vínculo de amor pessoal com Deus.

No próximo post falarei mais detalhadamente sobre como colocar em prática essa meditação que nos ajuda a possuir uma fé prática na Divina Providência. Porém, apenas para dar uma dica, podemos sempre fazer três perguntas frente a um acontecimento em nossa vida:

a) O que Deus quer me dizer com isso?
b) O que devo dizer a mim mesmo? Trata-se de um tipo de exame de consciência: como compreendi esta verdade em minha vida? Como a aproveitei? Como a apliquei?
c) O que digo a Deus? Isto é o principal: que aprendamos a dialogar com Deus, que cultivemos uma vida mais profunda e interior, uma comunhão a dois com Deus.


Com essas respostas, aos poucos, nosso amor e vinculação a Deus aumentam, nossa confiança de que somos pessoalmente cuidados por um pai amoroso também crescem e experimentamos cada vez mais uma paz interior que nem as maiores tribulações podem nos tirar. 

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