sábado, 27 de agosto de 2016

GRAVIDEZ DEPOIS DA PERDA: REDESCOBRINDO A ESPERANÇA E A CONFIANÇA ATRAVÉS DA INTERCESSÃO DE S. GERALDO MAJELLA



O testemunho de hoje é de Charisse Tierney, que gentilmente autorizou sua tradução e publicação neste blog. Ele foi originalmente publicado no site CatholicMom.com. Quem quiser checar a versão original, pode clicar aqui

Pode ser assustador tentar conceber depois de perder um bebê num aborto espontâneo. Depois da alegria de um teste de gravidez positivo, cada dia é passado pensando se pode ser o último dia do bebê. Cada manhã é saudada com gratidão pelo dom de apenas mais um dia. A data do parto é um número apagado no horizonte – a linha de chegada da qual a existência é difícil de reconhecer. E cada pequeno chute é uma fonte de alegria, a saudade pela perda do outro bebê está sempre presente, muitas vezes extremamente fresca em uma ferida que ainda está lutando para ser curada.

Enquanto eu embarcava nessa jornada nesses últimos meses, eu me voltei para vários santos para orações e conforto, mas especificamente para São Geraldo, o santo padroeiro das grávidas. Tendo crescido em uma família italiana pobre nos anos de 1700, Geraldo Majella sempre teve muito respeito pelos pobres e sofredores. Ele trabalhou em alguns empregos humildes depois que seu pai faleceu, mas sempre pareceu atraído pela vida religiosa. Ele dividia os seus ganhos com sua mãe e os pobres, e passava muito tempo com orações e jejum. Sua entrada no mosteiro dos Capuchinhos em Muro foi negada duas vezes em virtude de sua saúde fraca, mas ele persistiu e se junto à Congregação do Mais Santo Redentor com a idade de 23 anos. Três anos depois ele se tornou um irmão consagrado.

S. Geraldo sempre disse que ele estava lá para “fazer a vontade de Deus”, e sua piedade, sabedoria e dom de ler as consciências permitiu que ele servisse bem os pobres e os grupos de mulheres religiosas. Ir. Geraldo também tinha certas faculdades místicas, incluindo a levitação, bilocação e a habilidade de ler as almas. Milagres relacionados a S. Geraldo durante a sua vida inclui a restauração da vida de um menino depois que ele caiu de um alto penhasco; a benção a plantação de um pobre agricultor, a livrando dos ratos; a bênção ao suprimento de trigo de uma pobre família fazendo com que durasse até a próxima colheita e a multiplicação de pães para os pobres em várias ocasiões.

Mas é o milagre associado a um lenço derrubado que levou o Ir. Geraldo a se tornar o patrono das grávidas. Um dia, Ir. Geraldo sem perceber derrubou seu lenço e quando uma jovem menina correu atrás dele para devolver, ele disse: “Fique com ele. Você pode precisar algum dia.” Anos depois, quando essa menina se tornou uma mulher casada e estava passando por momentos muitos difíceis e sombrios no trabalho de parto de seu primeiro filho, ela se lembrou do lenço. Ela sabia que o homem que o havia derrubado era um santo homem, e depois de não encontrar alívio para sua dor ao rezar para muitos outros santos, ela pediu que lhe trouxessem o lenço que havia sido do Ir. Geraldo. Quando colocou o lenço sobre seu corpo, a dor diminuiu e ela deu à luz a uma criança saudável – um resultado muito inesperado, especialmente naquela época.

Mesmo nos dias de hoje, as mães continuam a atribuir bebês saudáveis, partos seguros e concepções aparentemente milagrosas à intercessão de São Geraldo. As mães que experimentaram a infertilidade, abortos espontâneos e perda de filhos se voltam a ele, confiando que suas poderosas orações irão abençoa-las com o milagre que seus braços anseiam por segurar.

Eu encontro grande conforto ao rezar a novena de São Geraldo diariamente (veja a oração abaixo) e me sinto protegida ao usar uma relíquia do santo. Qualquer pessoa pode obter uma relíquia de São Geraldo ao contatar os Filhos do Mais Santo Redentor (Redentoristas Transalpinos) um grupo de monges que vivem na Ilha do Monasteiro de Golgota, na costa da Escócia. Esses monges tem uma devoção especial a São Geraldo e a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Além de enviar uma pequena relíquia para qualquer pessoa que pedir, esses homens santos também rezarão por qualquer intenção especial que lhes for solicitada.

Eu tenho usado minha relíquia de S. Geraldo desde que a recebi no início de minha gestação, e meu marido e eu estamos muito felizes que o bebê e eu estamos saudáveis e prosperando! Mais importante, eu estou crescendo na confiança e na entrega – reconhecendo que o propósito da minha vida, nas palavras de S. Geraldo, é “fazer a vontade de Deus”. Enquanto fazer a vontade de Deus algumas vezes envolve uma dor terrena e sofrimento, eu sei que é São Geraldo que me ajuda a encontrar a alegria que está por baixo.

Deus abençoe todas vocês mães que tiveram o coração partido pela infertilidade, a profunda dor de um aborto espontâneo e a tragédia da perda de um filho! Que a intercessão de São Geraldo possa abençoa-las para que continuem a ter esperança e uma paz que não acaba, mesmo durante suas lutas.
Novena de São Geraldo para Grávidas
Oh grande São Geraldo, amado servo de Jesus Cristo, tu és o perfeito imitador de nosso dócil e humilde Salvador, e um filho devoto da Mãe de Deus. Inflame em meu coração uma faísca daquele fogo celeste da caridade que brilhou em ti e me torne um farol do amor.

Glorioso São Geraldo, como seu divino Mestre tu suportastes sem murmúrio ou reclamação as calúnias de homens maldosos quando o acusaram falsamente de crime, e fostes elevado por Deus como o patrono e protetor das grávidas. Preserve-me dos perigos e proteja a criança que agora eu trago em meu seio. Reze para que meu bebê seja trazido ao mundo de uma forma segura e receba o sacramento do batismo.

3 Pai-nossos, 3 Ave-Marias e 3 Glórias

photo credit: <a href="http://www.flickr.com/photos/115600395@N06/26526186251">Nataliya</a> via <a href="http://photopin.com">photopin</a> <a href="https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.0/">(license)</a>

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

É POSSÍVEL "BATIZAR" O POKEMON GO?


Nas últimas semanas li e ouvi muita coisa sobre o novo jogo, que é a “febre” do momento, chamado Pokemon Go. Muitas pessoas criticaram o jogo, falando que era coisa do demônio. Outros disseram que era uma forma de ter acesso a privacidade do seu lar, pois para jogar precisava tirar fotos de dentro de casa. Surgiram várias notícias de pessoas que haviam morrido ao se arriscar para capturar os Pokemons. Como uma mãe católica de filhos adolescentes resolvi escrever esse post baseado na minha experiência com o jogo.

O jogo consiste em baixar um aplicativo no celular, que utiliza um programa de localização por mapas para indicar onde o jogador está e onde estão os Pokemons, que são monstrinhos que precisam ser capturados. Para capturar o jogador precisa de deslocar realmente até o ponto onde está o bichinho. Aqui vi a primeira vantagem do jogo: não dá para brincar sentado em frente a TV, é preciso andar pela cidade. E pela primeira vez na vida meu filho de 14 anos pediu para sair para andar no bairro a pé!! Dei as orientações básicas de tomar cuidado com a rua, não ficar só olhando para o celular, pois era perigoso. E daí a segunda surpresa: ele pediu para levar a irmã mais nova junto, daí enquanto um jogava, o outro “vigiava”. Até pedi para repetir: ele realmente estava pedindo para sair junto com a irmã de 11 anos??? Sim, saíram os dois muito felizes e voltaram 30 minutos depois, cansados, mas com a “missão” cumprida.

Comecei a perguntar mais sobre o funcionamento do jogo e descobri que um dos receios, aquele sobre tirar fotos dos lugares, é infundado, porque não precisa ligar a câmera para capturar os Pokemons. Eles até preferem fazer com a câmera desligada, porque é mais fácil. Outra coisa que descobri é que os bichinhos precisam “evoluir” e para isso o jogador precisa fazer alguns “sacrifícios”, por exemplo, andar um determinado número de quilômetros. Mais uma grata surpresa: eis que meus filhos estavam de livre e espontânea vontade dando voltas a pé no parque que fica perto de casa! Voltavam sempre cansados, mas felizes.

Daí comecei a usar todas essas questões envolvidas no jogo para evangelizar as crianças. Primeiro, a busca por algo que não é possível ver “a olho nu”, precisa do celular para enxergar onde está o Pokemon. Fiz a analogia com Deus, com Nossa Senhora, com os anjos: não conseguimos vê-los a olho nu, precisamos do “aplicativo” da fé! Devemos buscar a Deus em todos os lugares onde estivermos. Mesmo se não conseguimos ver com nossos olhos, a nossa fé nos mostra onde Ele está. E Deus está presente em nossas vidas, interagindo conosco a todo momento, basta procura-lo com fé.

A parte dos Pokemons precisarem evoluir foi uma excelente analogia para mostrar que cada um de nós precisamos também evoluir, precisamos melhorar, precisamos buscar a nossa santidade e o meio de conseguir isso é fazendo sacrifícios. E nessa conversa meu filho mesmo me disse que precisava evoluir nas notas na escola! Vi que ele tinha entendido a mensagem. Agora vez ou outra eu pergunto para ele como estão as evoluções dos bichinhos e aproveito para perguntar o que ele fez naquele dia para evoluir como pessoa. Está sendo uma experiência muito boa essas conversas com ele.

Outra coisa que li a respeito do jogo é que ele estaria ajudando a movimentar o comércio, pois os locais que são “Pokostop” ou ginásios de batalhas ficam cheios de jogadores e os comerciantes estão aproveitando para vender mais. Isso eu pude comprovar. Meu filho foi ao shopping com os amigos e para poder ficar num desses lugares, que era um café, acabou pagando caro para tomar chocolate quente. Ele jamais faria isso se não fosse o jogo. Boa estratégia do dono do café...

Assim, mesmo os Pokemons sendo monstros (“pocket monsters” = monstros de bolso) não vejo o mal neles. Claro que o jogo pode se tornar um vício, e todo vício faz mal a pessoa. Tudo é uma questão de como usar, de ter equilíbrio e principalmente colocar limites. Aqui em casa esse jogo acabou estimulando o trabalho em equipe entre os irmãos, a disposição para andar a pé (o que era motivo de muita reclamação antes) e muitas conversas sobre a vida espiritual deles. Devidamente "batizado", o Pokemon Go pode ser um bom instrumento de evangelização das crianças e adolescentes, basta ser usado com discernimento e com sabedoria por parte dos pais.


photo credit: <a href="http://www.flickr.com/photos/10426830@N08/28413422996">Pokemon Gym at the peak of Zion Observation Point</a> via <a href="http://photopin.com">photopin</a> <a href="https://creativecommons.org/licenses/by/2.0/">(license)</a>

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

DIFERENTES E COMPLEMENTARES

Em nossa cultura, o entendimento correto da maternidade e da paternidade está mudando dramaticamente para pior. A forte influência do feminismo fez com que os homens, principalmente no papel de pais, fossem retratados como pessoas com boas intenções, mas que nunca fazem as coisas certas, com por exemplo no seriado dos Simpsons. Eles são retratados como incompetentes e que as mulheres estariam muito melhores sem eles.

E ao mesmo tempo, a vitalidade da maternidade foi diminuída. O foco da mulher mudou radicalmente do “servir” para o “ser servida”. A mídia retrata a mulher como uma espécie de diva que não tem nenhuma obrigação com os outros, apenas consigo mesma e que deve a qualquer custo buscar a sua felicidade.

Essa visão equivocada precisa ser contraposta dentro das nossas famílias. Precisamos mostrar aos nossos filhos e também à sociedade qual é o papel desejado por Deus para o homem e para a mulher e que ambos são diferentes, mas devem se complementar. Existe uma unidade entre os dois e os filhos precisam tanto da maternidade como da paternidade para desenvolverem sadiamente sua personalidade. As mães precisam da autoridade dos pais para apoiá-las; os pais precisam da intuição da mãe para equilibrar sua autoridade.

As crianças precisam ver que o pai enxerga uma situação de maneira diferente da mãe, mas os dois trabalham juntos para resolver qualquer questão dentro da família. Para constatarem isso na prática, é importante que os meninos façam atividades com suas mães e as meninas com seus pais. Mostrar em uma conversa como o homem reage diferente de uma mulher pode ser muito útil também, lembrando que tanto o ponto de vista masculino como o feminino são válidos. É importante não menosprezar as características do outro sexo.

Como educadores, os pais guiam seus filhos para aprender a usar tanto o intelecto como a intuição. A mente do homem que pensa, planeja e constrói, necessita do coração da mulher que percebe, responde e acolhe. É claro que isso não é uma regra absoluta, pois existem homens muito intuitivos e mulheres que planejam muito bem. É a mistura dos dois e a forma que complementam um ao outro que mais importa. Quando trabalhamos nossa complementariedade nossos filhos colhem benefícios imensuráveis.

Precisamos também demonstrar na frente de nossos filhos como nos amamos. Eles estão imersos numa cultura altamente sexualizada, então precisam ter exemplos sadios dentro de casa de como demonstrar carinho e afeto de uma maneira casta e pura. É vitalmente importante que nossos filhos nos vejam abraçando, de mãos dadas, dando um ao outro beijinhos inocentes, sentando lado a lado e curtindo realmente a presença um do outro. Isso mostra a eles que homem e mulher podem estar em um relacionamento amoroso sem necessidade de carícias sexuais, que é o que geralmente veem por aí.  

Além disso, ver os pais sendo carinhosos um com o outro faz com que se sintam amados e seguros. Quando as crianças sentem que seus pais realmente se preocupam um com o outro, eles se tornam mais seguros de si e são mais capazes de formar amizades sólidas e relacionamentos amorosos saudáveis no decorrer de suas vidas.

Para reflexão:
1. Como vocês, como família, podem promover respeito pela paternidade e maternidade?
2. Como casal, vocês se complementam um ao outro?
3. Vocês demonstram uma afeição casta na frente de seus filhos e com os seus filhos? Como podem melhorar isso?
4. Como vocês podem aumentar o espírito do trabalho em equipe em seu casamento?

photo credit: <a href="http://www.flickr.com/photos/72933117@N07/15418211523">Promise</a> via <a href="http://photopin.com">photopin</a> <a href="https://creativecommons.org/licenses/by/2.0/">(license)</a>