sábado, 30 de janeiro de 2016

APRENDENDO COM ADÃO E EVA - PARTE 1

O post de hoje foi inspirado pelo livro The Top Ten Most Outrageous Couples of the Bible, de David Clarke.

Normalmente, quando pensamos em Adão e Eva, a primeira coisa que nos vem à cabeça é o pecado original e tudo o que de mal decorreu dessa escolha dos nossos primeiros pais. Mas será que podemos aprender alguma coisa do relacionamento conjugal deles? Vamos ver.

Antes do pecado, Adão e Eva expressam espontaneamente seus pensamentos, emoções, necessidades e reações. Eles não escondem nada e não tem segredos. Não existem obstáculos ou problemas para superarem na comunicação.

Homem e mulher estavam totalmente sincronizados um com o outro. Estavam completamente satisfeitos em todos os aspectos de seu relacionamento. Cada vez que eles conversavam, eles alcançavam uma profunda conexão e intimidade emocional. Cada vez que faziam amor, eles desfrutavam de uma paixão física magnífica. Cada vez que conversavam com Deus como casal, experimentavam um poderoso vínculo espiritual. Suas mentes, corpos e almas estavam sintonizados.

Como evitar sérios pecados conjugais

Duas consequências graves do pecado original foram: a separação de Deus e um do outro. Eles perderam sua unidade. Antes do pecado, suas diferenças eram irrelevantes para eles; eram iguais perante Deus e não sentiam competitividade. Depois do pecado, a única coisa que conseguiam ver eram as diferenças e com vergonha, cobriram sua nudez.

Eles perderam também sua conexão com Deus, a comunhão abençoada e a amizade que eles desfrutaram com seu Criador amoroso. Esse pecado trouxe como consequência para toda a humanidade: afastamento de Deus, sofrimento, doença, morte e todos os problemas do mundo.

Os casais hoje em dia sofrem das mesmas consequências devastadoras - perda da unidade, diferenças amplificadas e vergonha – como resultado de sérios pecados conjugais. Quando somos casados, quaisquer pecados que cometamos são pecados conjugais, pois afetam também ao outro. Todo os pecados conjugais são graves e tem profundas consequências, porém alguns se destacam em seu grau de dano ao matrimônio.

Cada cônjuge tem uma área de pecado sério em potencial, uma área de fraqueza que pode trazer danos terríveis ao matrimônio. Cada um conhece onde está sua fraqueza. Talvez possa ser pornografia. Falta de interesse no sexo com seu cônjuge. Prestar atenção em outros homens ou mulheres que não são seu cônjuge. Não passar tempo alegre com seu esposo. Preocupações egoístas com suas atividades. Trabalho. Comida. Gastos. Álcool. Drogas. Abusos verbais. Abusos físicos. Fechar-se em si mesmo e não se comunicar. Jogo. Controle. Ser um capacho e deixar que o cônjuge pise em você. Apatia espiritual e indiferença. Ser muito duro com seus filhos. Não ser duro suficiente com seus filhos. Ser muito focado em seus filhos. E por aí vai.

Outra pessoa que conhece muito bem sua fraqueza é o demônio. E da mesma forma que ele fez com Adão e Eva, Satanás vai fazer tudo em seu poder para seduzir você para você pecar. E na medida em que seu casamento sofre com seu pecado, o demônio estará dando gargalhadas.

Analisar o processo de como Adão e Eva pecaram pode nos ajudar a evitar os sérios pecados conjugais, pois descobrimos como interromper o processo se estivermos a caminho de cometer um pecado.

Primeiro passo: a tentação
O modo que Satanás tentou Eva contém os elementos essenciais de toda tentação: questionar a palavra de Deus, negar a palavra de Deus, acreditar na mentira que o pecado nos dará algo muito melhor do que Deus dará se obedecermos seus ensinamentos e ser tentado na área de nossa fraqueza.

Segundo passo: a racionalização
Com a ajuda do demônio, Eva racionaliza o seu pecado. Ela diz a si mesma: não haverá consequências negativas; meu comportamento atenderá às minhas mais profundas necessidades; e eu experimentarei um prazer intenso. Todas essas racionalizações são mentiras, mas Satanás é o mestre em convencer do contrário. Ele sempre foi um mentiroso e pode aparecer para nós na forma de um “anjo de luz”. (2Cor 11,14)

Terceiro passo: escolher pecar
Porque Eva escolheu acreditar nas mentiras do demônio na tentação e na racionalização, ela já estava condenada quando chegou a hora de decidir se deveria pecar. Sua cabeça já estava feita e seu desejo natural pela fruta a empurrou até o precipício.

Quarto passo: as consequências
Depois que Adão e Eva pecaram, as declarações do demônio foram expostas como mentiras e as consequências chegaram com uma força tremenda. As piores consequências foram a separação de Deus (Gn 3,8) e um do outro (Gn 3,7).

O mais incrível é que os dois estavam juntos o tempo todo. Adão estava bem ao lado de Eva enquanto ela era tentada, racionalizava o seu pecado, qualificando sua desobediência como uma coisa boa e quando ela comeu a fruta. E depois ele comeu também.

Mas o que aconteceu com o trabalho em equipe? O grande problema é que Adão e Eva não conversaram um com o outro enquanto marchavam cada vez mais próximo do pecado. O trabalho em equipe, especialmente contra o demônio, só é efetivo quando um casal se comunica.

Sem uma comunicação honesta, seu pecado passa rápido do estágio de pecado em potencial para o estágio de impacto devastador. Só é uma questão de tempo.

Com uma comunicação aberta e honesta, Adão e Eva poderiam ter lutado contra o demônio e vencido. Poderiam ter evitado esse pecado desastroso e se tornado ainda mais próximos um do outro e de Deus. Se Eva tivesse pedido pela ajuda de Adão e ele tivesse falado a verdade para ela, o demônio teria saído humilhado da história.


No próximo post veremos o que podemos fazer para evitar os pecados conjugais em nosso relacionamento. Fiquem atentos!

crédito da foto: photopin.com

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

QUAL É O ESTILO DE RELACIONAMENTO DO SEU FILHO?

Esse é mais um post inspirado nos ensinamentos do livro Parenting with Grace, de Gregory Popkak.

As pessoas possuem formas diferentes de se comunicarem e também de perceberem a realidade que as cerca. Pesquisas científicas indicam que essas formas de comunicação estão relacionadas com os sentidos (visão, audição, tato) e o estilo de relacionamento e aprendizagem está relacionado a qual desses sentidos cada pessoa tem mais desenvolvido.

Quando estamos falando de nossos filhos, é muito importante saber qual é o estilo de relacionamento de cada um deles, para podermos conseguir comunicar efetivamente o nosso amor a eles. Mas o que seria uma comunicação efetiva? É o diálogo onde o filho entende realmente o que os pais estão falando e, o mais importante, sente o quanto é amado pelos pais.

Estilos de aprendizagem, porque são baseados neurologicamente, traduzem as formas que as pessoas precisam dar e receber amor. Por exemplo, para uma pessoa com um estilo mais visual de relacionamento se sentir amada, eles precisam ver as coisas que você fez para mostrar seu amor (como dar cartões ou bilhetes, ou outros símbolos de afeto especiais e tangíveis). Pessoas com um estilo mais auditivo de relacionamento precisam conversar com você para se sentir conectados - se você não está ouvindo ou conversando, você não está sendo amável. Finalmente, indivíduos com um estilo mais sinestésico (relacionado ao tato) de relacionamento apreciam mais exibições físicas de afeto. Entender e se tornar fluente no estilo de aprendizagem/relacionamento de seu filho tem um grande impacto no comportamento de ambos: seu e de seu filho e na quantidade de paz que você pode experimentar em casa.

Mas como descobrir qual é o estilo de relacionamento do seu filho? O questionário abaixo irá ajudar. Responda pensando em você mesmo, afinal precisamos conhecer o nosso estilo primeiro, para depois saber qual é o estilo de seu filho. Atribua um ponto a cada questão respondida afirmativamente. No final, veja qual dos estilos apresentou a maior pontuação, esse será o seu estilo de relacionamento.

Para os filhos maiores de 12 anos (mais ou menos), você pode fazer as perguntas diretamente a eles. No caso de filhos menores, é um pouco mais complicado, porque você terá que analisar o que acha que seria a resposta de cada um.

 Questões do Estilo de Relacionamento Visual
Dê a si mesmo um ponto para cada item que descrever você na MAIORIA das vezes:
- aprende melhor através de leitura individual e/ou auxílios visuais (anotações, listas, cartazes, filmes, vídeos, etc.)
- nada diz "eu te amo" tanto quanto dar ou receber cartas, cartões ou outras coisas que possam serem vistas
- roupas são importantes. Parecer bem é mais importante que conforto ou praticidade.
- mesas e superfícies visíveis estão sempre bem organizadas. Gavetas e guarda-roupas, entretanto, podem ser um desastre - fora da vista, fora da mente.
- Sempre está fazendo planos/inventando cenários criativos e tendo novas ideias. Usualmente muito produtivo. Pode mentalmente seguir 100 projetos ao mesmo tempo.
- bom em artes visuais (fotografia, pintura, desenho, etc)
- organizado
- pensa mais claramente quando a casa/local de trabalho está organizado
- sonha muito acordado/ se perde nos pensamentos
- tende a ser tenso/detalhista
- gosta de livros com descrições vívidas/gravuras
- ama manter diários, fazer planos, fazer listas
- usa metáforas visuais em seu discurso, tais como: "veja meu ponto de vista", "eu tenho foco", "imagine isso", "parece vago", "parece claro", "eu posso ver bem através de você", "estou vendo as coisas em uma nova perspectiva", "estou tendo um branco"
Anote seus pontos para seu Estilo de Relacionamento Visual:____________

As Questões do Estilo de Relacionamento Auditivo (Audição)
Dê a si mesmo um ponto para cada item que descrever você na MAIORIA das vezes:
- aprende melhor quando ensinado em voz alta como fazer as coisas
- nada diz "eu te amo" tanto quanto tirar tempo para ouvir e falar
- fala constantemente sobre tudo. Tem uma opinião para cada questão.
- gosta de ouvir e falar "eu te amo" meio milhão de vezes por dia
- não existe uma "pergunta retórica". Responde tudo
- gosta de música, poesia, etc
- é muito sensível ao tom de voz dos outros
- murmura, assovia, fala sozinho, talvez constantemente
- radio e TV ligados todo o tempo "apenas pelo barulho"
- quando discute, não sabe quando parar. Pode seguir a outra pessoa de cômodo em cômodo falando, não importa se o outro está ouvindo.
- quando moderadamente estressado, tenta falar sobre isso. Quando muito estressado, o silencio é a única coisa que o restaura
- telefone está permanentemente conectado à cabeça
- sempre quer ter a última palavra
- usa comentários auditivos, tais como: "me ouça", "eu posso saber pelo seu tom", "eu preciso de algum feedback", "nós precisamos conversar", "apenas me ouça", "me fez ter vontade de gritar", e outras metáforas auditivas no discurso.
Anote seus pontos para o Estilo de Relacionamento Auditivo:___________

Questões do Estilo de Relacionamento Sinestésico (Tato)
Dê a si mesmo um ponto para cada item que descrever você na MAIORIA das vezes:
- aprende melhor fazendo. Gosta de trabalhos manuais. Geralmente um estudante mais lento na escola.
- muito físico com atenção. Gosta de ser tocado, segurado ou engajar brincadeiras físicas("lutinhas")
- se veste para o conforto. Aparência é secundária, ou até não considerada.
- facilmente sobrecarregado nos conflitos verbais. Geralmente sente que estão implicando com ele. "Eu nunca sei o que dizer". Pode tanto ficar calado como escolher lutas físicas como defesa em um conflito.
- tem dificuldade em tomar decisões. Tende a não racionalizar as coisas. Reage "instintivamente" às coisas
- mau organizador. Muitas pilhas desorganizadas. "Não mecha na minha bagunça. Eu nunca acharei tudo".
- gesticula, geme, encolhe os ombros mais do que fala. As conversas devem ter um propósito e devem terminar quando cumprido o propósito.
- se livra do estresse de maneira física (p. ex. academia, brigas, cochilos, banhos, etc.)
- ama o esporte ou outra atividade física
- tende ser impulsivo e espontâneo
- muitas vezes é de difícil motivação. Não consegue passar de como se sente agora, no momento em particular
- não gosta de ler ou prefere livros e filmes com "ação"
- tende a ser desajeitado. Não vê a bagunça a menos de tropece nela.
- diz coisas como: "controle-se", "eu cuido disso", "calma", "nós realmente nos conectamos", "eu apenas sinto isso, essa é a razão" e outras metáforas físicas no discurso.
Anote seus pontos para o seu Estilo de Relacionamento Sinestésico:________

Como Interpretar Sua Pontuação

As chances são que você marcou alguns itens em cada categoria. Como quase todos possuem os cinco sentidos, todos tem alguma capacidade para cada um dos estilos de relacionamento. Entretanto, cada indivíduo será mais sintonizado em um ou dois dos estilos de relacionamento. Examine seus pontos para cada sessão. O estilo de relacionamento com mais pontos é o seu "estilo de relacionamento primário". Isto significa que você prefere comunicar e receber afeição através deste estilo mais do que dos outros. Você é capaz de dar e receber afeição através dos outros estilos, mas os que você experimentar através do seu estilo de relacionamento primário serão mais significativos para você e parecem mais "naturais" para você. Sua segunda e terceira maior pontuação identifica seu estilo de relacionamento secundário e terciário, respectivamente. Afeição dada a você através destes estilos podem ou não ser apreciada por você; de qualquer forma serão menos significativa para você do que aquela apresentada a você em seu estilo primário. Se você recebe afeto em abundância em seu estilo secundário ou terciário, seu relacionamento com o outro membro da família pode assim mesmo se romper se você não estiver recebendo atenção através do sentido com o qual você está mais sintonizado.

Como Colocar na Prática

Agora que você já descobriu o estilo de relacionamento de cada um de seus filhos, deverá se preocupar em expressar o quanto ama cada um deles através de seu estilo de relacionamento primário. Por exemplo, aqueles com estilo visual, precisarão receber mensagens escritas do seu amor, como bilhetinhos na lancheira, cartões, mensagens no espelho do banheiro, etc. Para os de estilo auditivo, precisará falar muitas vezes "eu te amo", "você é importante para mim", perguntar sempre como ele se sente e estar disposto a ouvir tudo o que ele precisa falar. E por fim, para os de estilo sinestésico, muito carinho físico: abraços, beijos, afagos, etc. 

Lembre-se que sua tendência é demonstrar amor através do seu estilo primário de relacionamento, mas para que o filho se sinta realmente amado, precisa receber as demonstrações de afeto através do estilo de relacionamento primário dele.

Claro que você não precisa dar afeto apenas no estilo de cada um, mesmo porque todos nós apreciamos demonstrações de carinho não importa a forma, mas se preocupar em demonstrar com maior intensidade de acordo com o estilo próprio de cada um.

Bom, se tiverem alguma dúvida ou quiserem mais exemplos práticos de como lidar com cada estilo de relacionamento, comentem aqui!

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

COMO POSSO FAZER COM QUE ELES ME OUÇAM? O segredo de conquistar o coração de seus filhos

Este post foi inspirado no livro Parenting with Grace, de Gregory e Lisa Popkak.

Todo pai e toda mãe querem que seus filhos os ouçam, não apenas sobre os pedidos e ordens que eles dão, mas também sobre a fé e lições morais que eles querem transmitir. Mas como fazer com que os filhos nos ouçam? E ainda mais importante, como fazer com que os filhos se apropriem dos ensinamentos que nós lhes damos e os coloquem em prática em suas próprias vidas? A resposta está em desenvolver um vínculo especial com eles.
Mas o que significa isso? Na prática, significa que seus filhos irão constantemente procurar você para ajuda-los e orientá-los quando tiverem necessidades espirituais, emocionais e de relacionamento e ainda para encontrar as respostas de suas questões sobre como viver uma vida plena.

Parece ótimo, certo? Porém, para chegar nesse nível de relacionamento entre pais e filhos, os pais precisam trabalhar duro para desenvolver e manter um vínculo especial com cada um dos filhos. Esse tipo de vínculo não é aquele no qual os pais se sentem próximos aos filhos, mas é aquele em que o FILHO sente que tem um forte relacionamento com os pais.

A forma de conseguir esse tipo de vínculo é sempre responder prontamente, generosamente e consistentemente as necessidades práticas, emocionais e espirituais da criança e seus pedidos de orientação. Fazendo isso, a criança desenvolve um sentido forte e profundo de que são seus pais A fonte de aprendizado de como viver uma vida plena. Isso é o que esse tipo de vínculo proporciona: a criança se sente compelida a voltar para seus pais –ao invés de qualquer outra pessoa – para suprir suas necessidades e responder suas questões importantes de como a vida funciona.

Uma coisa, porém, precisa ficar clara. Atender prontamente as necessidades dos filhos NÃO significa mimá-los. O mimo tem duas origens: ou negligenciar o filho e tentar apaziguá-lo com coisas ou dar a ele tudo o que pede sem raciocinar. Construir o tipo de vínculo que estamos falando aqui requer um esforço ativo para entender a intenção ou necessidade que motiva o comportamento da criança – mesmo se a intenção ou necessidade não seja imediatamente óbvia – e então trabalhar com a criança para encontrar uma maneira adequada e saudável de satisfazer essa necessidade.

Algumas maneiras de construir e manter esse vínculo são: dizer muitas vezes que ama seu filho, que tem orgulho dele; mostre que o ama através de demonstrações de carinho; mantenha suas promessas (o que significa que seu filho pode contar com você); tenha atividades recreativas junto com ele (de preferência as coisas que ELE gosta de fazer e não você); trabalhem juntos (lavar a louça, o carro, cozinhar, cuidar do jardim); rezem juntos; esteja presente nas atividades que são importantes para ele (peças na escola, jogos de futebol, recitais, etc); seja receptivo com os amigos dele e preferencialmente os acolha em sua casa; respeite o espaço dele; exija que ele o respeite e o ajude quando solicitado.

Isso tudo requer trabalho duro, abertura, paciência e generosidade da parte dos pais. MAS a recompensa é enorme. Em primeiro lugar, trabalhar desse jeito na educação dos filhos é uma fonte de santificação para os pais. Ele nos desafia a crescer em virtudes como paciência, compaixão, entendimento, generosidade e amor. E ainda, permite que o filho tenha certeza absoluta que a melhor fonte de informação e orientação que ele pode ter são seus próprios pais.

Os filhos que tem esse tipo de vínculo com seus pais geralmente apresentam os seguintes comportamentos:
- obedecem de forma alegre (eles não são robôs, mas obedecem de boa vontade os pedidos e ordens dos pais e muitas vezes oferecem ajuda sem que sejam requisitados)
- aceitam gestos de afeição dos pais e até buscam esses gestos (oposto a se sentirem desconfortáveis com as demonstrações de afeto dos pais)
- regularmente aceitam os conselhos dos pais e os procuram abertamente (oposto de serem resistentes ou rejeitarem os conselhos)
- aceitam avidamente as ofertas de passarem tempo junto com os pais ou regularmente as solicitam (oposto de preferir fortemente passar o tempo com os amigos e ver o tempo em família como uma obrigação)

Quanto mais os pais afastam o filho, frustram suas necessidades, os envergonham por seus pedidos ou apresentam obstáculos para conseguirem o que ele quer da vida (ao invés de ajuda-lo a procurar meios alternativos saudáveis para ter o que ele quer) mais os pais estão aumentando as chances de que seus filhos irão se voltar para outras pessoas e não para eles – incluindo os amigos – para orientação e formação.

Já os pais que buscam o tipo de vínculo que mencionamos aqui, consistentemente ensinam ao filho que eles são a fonte melhor e mais fácil de obter ajuda e orientação. Esse vínculo cultiva um senso de abertura e gratidão por parte do filho que o faz receptivo às informações da mãe e do pai mesmo quando o filho não pediu.

crédito da foto: photopin.com

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

LUTAR PELA PAZ


Neste começo de ano, vejamos com o Pe. Nicolás Schweizer, como devemos lutar para construir a paz onde estivermos. Este texto foi publicado em Reflexões, No. 50, de 01.01.2009:

A Igreja começa o ano celebrando a festa de Santa Maria, Mãe de Deus. Assim quer colocar-nos, ao começo do ano, sob a proteção daquela que é Mãe, não apenas de Deus, mas também de todos nós. Além disso, o mundo cristão celebra hoje a Jornada pela Paz, instituída pelo Papa Paulo VI.

O Papa nos convida, hoje, a todos nós a rezar e a lutar pela paz. Todos nós desejamos a paz, especialmente ao começo do ano.

Para construir a paz há que lutar. Só no céu possuiremos a paz de Cristo para sempre. Aqui na terra é necessário construí-la e conquista-la a cada instante. E para isso há que lutar.

Cristo é o “Príncipe da paz”, como anunciou o profeta Isaías, mas Ele é também sinal de contradição. Porque a paz que Ele traz, por basear-se no amor, contradiz nosso egoísmo. Por isso, sem luta não há vitória sobre o egoísmo, nem amor, nem paz de Cristo.

A paz de Deus não é a paz dos sepulcros, mas uma paz viva, fruto de muitas buscas, de muitos esforços, de muitas tensões.

Não devemos ter medo das tensões entre irmãos. A paz deve ser construída entre todos, e isto supõe necessariamente tensões. Haverá tensões, porque cada um tem que fazer uma contribuição distinta à paz de seu país. E porque custa reconhecer os limites da contribuição própria e a necessidade da contribuição do outro.

Somente Cristo é o “Príncipe da paz”. No coração de todos os demais - de cada homem, de cada grupo, de cada classe ou partido - há egoísmo e falta de amor. Não podemos dividir o mundo entre bons e maus, entre pacíficos e opressores: todos nós temos um pouco de tudo.

Talvez a mim me oprimam na fábrica ou no escritório, mas talvez eu oprima também a meus familiares, ou a minoria de meu grupo.

E a quem eu chamo opressor é oprimido, por sua vez, por outros mais fortes. Todos nós temos que vencer o gérmen da opressão que cada um leva dentro de si.

Por isso não há verdadeira paz se não é conquistada entre todos. A ordem pode ser imposta, a paz não: deve surgir do fundo dos corações, da vontade de respeito mútuo e de colaboração com os demais.

A paz há que ser construída com as armas de paz. E Cristo nos prescreve uma só: o amor. Mas um amor como o dele, que repudia o ódio sob todas as formas, também o ódio ao inimigo. Um amor como o de Maria, que perdoou aos que mataram seu Filho.

Diante da impaciência por alcançar rapidamente uma sociedade na qual possamos viver unidos por uma verdadeira paz entre irmãos, há aqueles que podem ser tentados a acelerar essa paz e esquecer do amor. Um cristão nunca pode fazê-lo. Um cristão nunca pode predicar o ódio. O ódio leva a morte do outro. E o que nós queremos não é a morte sim a reconciliação, o perdão, a conversão daquele que se fecha ao amor. E a ninguém se converte matando, aniquilando, marginalizando.

Queridos irmãos, peçamos à SSma Virgem que Ela se mostre a todos nós como Rainha da Paz. Que Ela vença todos os ódios, rancores, violências e desejos de vingança nos corações.

E que Ela, neste ano novo, nos ajude a construir um mundo melhor e a lutar para convertê-lo em uma terra de paz. Que Ela nos ajude a construir essa paz juntos, segundo o projeto histórico que Deus tem para cada um de nós.

Perguntas para a reflexão:

1.     Ajudo a construir a paz na (o):
minha família,
meu trabalho, meu lugar de estudo,

meu bairro, minha paróquia?

crédito da foto: photopin.com