“Cada um dê conforme decidir em seu coração, sem
pena ou constrangimento, porque Deus ama quem dá com alegria.”[1]
A
generosidade é uma virtude da dádiva, da doação, seja a doação de bens
materiais ou a doação de si mesmo. Para o relacionamento conjugal, será
analisada a generosidade sob o aspecto da doação de si mesmo, do que possui de
melhor, para o cônjuge e para a família.
A pessoa
generosa é livre de si mesma, é desapegada de seus bens, de seus interesses, de
suas vontades, de suas ideias. Está atenta para atender as mais
diversas necessidades do outro, sem o outro pedir.
A
generosidade é diferente da justiça, pois esta se limita a dar a cada um o que
lhe pertence e a generosidade lhe faz doar aquilo que é seu e que pode até lhe
fazer falta. A justiça é uma virtude que depende muito da razão, de refletir o
que é direito de cada um; já a generosidade depende mais do coração, da vontade
em se doar ao outro para fazê-lo feliz.
São
Paulo ensina, no versículo citado acima, que a generosidade deve ser decidida
no coração e tem como característica que esta doação não pode gerar pena nem
constrangimento. A pessoa generosa sente prazer e alegria em dar. Assim, aquele
que dá por obrigação ou que sofre com a doação, não pode ser considerado
generoso.
Ser
generoso é esforçar-se por amar e agir em consequência desta decisão. Essa
consequência são as atitudes de do dia-a-dia que demonstram ao outro que ele é
importante, que está se doando pelo simples fato de amá-lo.
A
generosidade envolve empatia, compaixão, transparência e capacidade de ouvir. É
natural que com o passar dos anos haja um desgaste no relacionamento conjugal.
Mas a generosidade faz ficar atentos a essa acomodação, para que ela não
diminua o amor.
“A felicidade não é possível nem dentro
nem fora do matrimônio para aquela pessoa que está determinada a conseguir mais
do que ele ou ela esteja disposto a dar.”[2]
Assim, no matrimônio deve existir sempre a preocupação em ser generosos,
em dar cada vez um pouco a mais do que é exigido, fazer um pouco mais da sua
obrigação como cônjuge e como pais.
Pode-se ser generoso com seu tempo para o outro, com sua disposição em
realizar as tarefas domésticas, enfim, em colocar tudo o que possui seja
física, intelectual ou emocionalmente a serviço de sua família.
Generosidade é partilhar. Tudo o que a pessoa pode dizer que é “seu” ela
pode colocar em comum para o bem de todos. Já se ouviu muitos casais dizerem,
mesmo após anos de casados: “ah, esta televisão é minha porque eu quem
comprei com meu dinheiro” ou “esta casa é minha porque fui eu
quem herdei de meus pais”. Ora, pensar desta forma é agir contra o matrimônio,
contra a comunidade da família, pois não importa quem comprou ou herdou, tudo deve ser generosamente partilhado
entre os membros da família.
Para ser generoso é preciso
apenas uma decisão interior de desapego: “partilho meus talentos para melhor
servir a minha família; partilho as minhas ideias para melhor contribuir para a
história da minha família; partilho minha vida espiritual para levar o amor de
Deus para todos aqueles que convivem comigo”.
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